O Brasil busca combater uma prática criminosa que vem se alastrando por todos os estados: o mercado ilegal de bebidas alcóolicas, sendo os vinhos o alvo principal. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, em março deste ano, a Polícia Rodoviária Federal interceptou no Rio Grande do Sul uma carga de 500 garrafas de vinho provenientes do Uruguai, avaliada em mais de R$ 1 milhão. São recursos desviados, que arrecadariam impostos para os cofres públicos.
Somente em 2021, o Brasil teve prejuízo de mais de R$ 290 bilhões em função desses crimes, segundo dados divulgados em abril deste ano pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Na lista de artigos mais visados estão bebidas alcoólicas, produtos de beleza, cigarros e óculos. Os prejuízos à arrecadação não são o único problema. A entrada de vinhos de forma ilegal no Brasil — o chamado descaminho — representa concorrência desleal às empresas produtoras de vinho no País, que recolhem os tributos e geram empregos.
Outra consequência grave desse tipo de prática é o fato de colocar em risco a saúde da população, uma vez que a origem da bebida é desconhecida. Mas como evitar que isso aconteça? A resposta está na rastreabilidade, uma das armas cada vez mais usadas para evitar o contrabando, a falsificação e o descaminho de produtos.
Ao adotar padrões globais de identificação e comunicação, a cadeia de abastecimento consegue acompanhar todo o trajeto percorrido pelo vinho ou qualquer outro produto — desde os produtores da matéria-prima, passando pela indústria, operadores logísticos e distribuidores, até chegar ao varejo. Além de proporcionar ao consumidor a segurança de estar levando para casa produtos originais e de procedência comprovada, as informações padronizadas permitem o controle fiscal.
A partir do momento que qualquer produto industrializado em trânsito ou à venda em estabelecimentos comerciais estiver sem a correta identificação, significa que sua origem é incerta e que pode ser fruto de descaminho, contrabando ou pirataria. São os padrões de identificação da GS1 que garantem a rastreabilidade em toda a cadeia de abastecimento. Além do tradicional código de barras linear estampado nas embalagens, agora o Código 2D, ou bidimensional, é mais uma ferramenta para garantir a segurança do consumidor. Os códigos GS1 carregam o Global Trade Item Number (GTIN) — código numérico que identifica cada item, como se fosse o RG do produto.
Não é só o GTIN, no entanto, que os Códigos 2D carregam. Eles servem de base para todos os processos automatizados de workflow da cadeia, possibilitando o controle de estoques, pedidos, contas a pagar e receber, distribuição, logística, reposição de gôndolas, entre outros. Já o consumidor, pode fazer a leitura do código diretamente pelo seu smartphone, trazendo todas as informações fornecidas pelos produtores ou pelas indústrias como, por exemplo, procedência dos ingredientes, valor nutricional, substâncias alergênicas e muitas outras. Mais segurança, economia, eficiência e informação para todos os elos da cadeia de abastecimento.