Enólogo da Zanlorenzi, revela os segredos por trás dos taninos, substâncias responsáveis pela textura e longevidade dos vinhos
É comum ouvir que um vinho possui “taninos maduros”, que é bem “estruturado”, ou que tem uma textura “aveludada”, mas a verdade é que a maioria das pessoas não sabem o que são esses taninos, qual é o papel que eles exercem no vinho e principalmente como identificá-los.
Pensando nisso, a Zanlorenzi, convidou o enólogo e diretor industrial Mateus Poggere, para detalhar um pouco mais esse assunto e desvendar os mistérios por trás dos taninos. Confira!
O que são os taninos
Em uma aula de ciências, os taninos estariam classificados como polifenóis, ou seja, substâncias orgânicas produzidas por um componente celular chamado Tannosome, que combina várias ligações de hidrogênio e oxigênio. Mas calma, não é tão difícil de entender.
“Os taninos nada mais são que substâncias naturais responsáveis pela pigmentação e proteção das plantas. Essas substâncias podem ser encontradas em diversas partes de diferentes plantas, como em sementes, caules, cascas, folhas e até mesmo nos frutos”, explica Mateus.
O papel dos taninos no vinho
Nas plantas, desempenhando seu papel de proteção, os taninos são responsáveis por liberar sabores amargos e adstringentes na boca dos predadores. No entanto, com os vinhos isso é bem diferente.
“Os taninos são os responsáveis pela textura e longevidade da bebida. Portanto, além de conservar, os taninos atribuem corpo, estrutura e complexidade aos vinhos”, comenta Poggere.
Como identificar e sentir os taninos do vinho
Ao contrário do que muitos pensam, essas substâncias não são percebíveis através do cheiro ou do gosto. Para sentir a presença dos taninos no vinho é necessário ter sensibilidade e estar atento à textura da bebida.
“Quando a sensação for parecida com a de quando comemos uma banana verde, que traz a sensação de boca amarrada, de secura, de dentes e língua ficando ásperos, que identificamos a ação dos polifenóis, substâncias que interagem com as proteínas da nossa saliva”, detalha Mateus.
Por esses motivos, equilibrar a quantidade de taninos presentes no vinho é essencial para que não fique algo desagradável. Mas como conseguir esse equilíbrio? Existem uvas que são mais ou menos tânicas, e consequentemente, ao saber avaliar e escolher é possível degustar vinhos equilibrados, e também mais ou menos tânicos.
Para facilitar a escolha, a Zanlorenzi, separou algumas opções de vinhos dividindo entre os tipos mais e menos tânicos.
Vinhos mais tânicos
Toro Centenário Cabernet Sauvignon – Originário da Argentina, o Toro Centenario Cabernet Sauvignon possui uma coloração avermelhado rubi com reflexos violáceos. Aroma complexo de frutas vermelhas e especiarias como o cassis e a pimenta preta e toques sutis de café. A bebida possui sabor equilibrado, de excelente estrutura, com taninos macios e ótima persistência. Harmoniza com queijos, massas, risotos e carnes em geral.
Toro Bivarietal – Clássico argentino, o Toro Bivarietal é composto por um blend de Sirah e Malbec, uva típica da região de Mendoza e que ganhou reconhecimento no mundo inteiro. A combinação de cepas resulta em um vinho de baixa acidez e aroma persistente, capaz de agradar qualquer paladar, sendo ideal para acompanhar carnes vermelhas. O vinho está disponível em uma embalagem elegante de 1,125L, comportando 50% a mais de bebida que as versões tradicionais.
Vinhos menos tânicos
Vinho Campo Largo – O Sul é conhecido pelas boas vinícolas e, quando o assunto é vinho, o Vinho Campo Largo é destaque. Nas versões suave e seco, os vinhos Campo Largo são elaborados a partir de uvas Isabel e Bordô (versão tinto) e uvas Niágara (versão branco), cultivadas na Serra Gaúcha.
Quinta do Rio Grande – O Vinho Quinta do Rio Grande é produzido 100% com uvas bordôs, que são menos tânicas, e são cultivadas na Serra Gaúcha. O seu sabor é leve e intenso, com aroma de frutas frescas e toque aveludado.