Feira encerrou nesta sexta-feira, em Bento Gonçalves, e reuniu mais de 360 marcas nacionais e internacionais
A maior e principal feira profissional de vinhos da América Latina, a Wine South America, encerra sua 3ª edição nesta sexta-feira (23) com recorde de público e de negócios, além de intensa participação internacional. Mais de 7 mil compradores de todas as regiões do Brasil e de 13 países participaram da programação durante os três dias de evento. A Wine South America foi realizada na Fundaparque, em Bento Gonçalves – município localizado em ponto estratégico no Sul do Brasil, já que fica próximo de países como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
Além de valorizar os principais e os novos terroirs do Brasil, a feira reuniu 360 marcas nacionais e internacionais, com a presença de países como Argentina, Chile, Eslovênia, Espanha, França, Geórgia, Itália, Portugal, Romênia e Uruguai. “A edição da WSA deste ano foi histórica em todos os sentidos. Tivemos um crescimento de 20% no número de marcas expositoras, além do recorde de público. Também ultrapassamos a marca de R$ 20 milhões em negócios, superando assim a nossa última edição presencial, realizada em 2019”, avalia Marcos Milanez Milaneze, diretor da WSA.
Muitos expositores nacionais participaram da WSA pela primeira vez, como foi o caso da Vinícola Araucária, de São José dos Pinhais, do Paraná. “Não tinha ideia do quanto era grande esse evento e com tanto público qualificado nos três dias, com os corredores sempre cheios. Veio gente do Brasil todo, tivemos contato com compradores do Norte e Nordeste do país e foi muito vantajoso – não só para os compradores, mas para os visitantes também, que puderam conhecer nosso produto”, avalia Diego Schechtel, responsável comercial da vinícola. O empreendimento esteve presente no espaço Terroirs do Brasil, que foi disponibilizado pelo Sebrae Nacional.
Bento Gonçalves, palco da WSA, é a cidade que abrange a única Denominação de Origem (D.O) do Brasil. “A produção gaúcha representa cerca de 50% da produção nacional de uva. E uma feira dentro do maior polo produtor é muito importante e gratificante porque o setor precisa desse movimento dos compradores, do movimento turístico, hoteleiro e gastronômico que um evento deste porte traz para a nossa região. A feira movimenta pessoas do país inteiro para prestigiar o setor como um todo”, avalia Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
A próxima edição da WSA já está confirmada e será realizada em 2023.
Rodadas de negócios reuniram compradores de todas as regiões do Brasil
Durante os três dias de feira, compradores de todas as regiões do Brasil participaram de mais de mil rodadas de negócios promovidas em diversos pontos da WSA. A feira, que é direcionada especialmente a profissionais do segmento do vinho, reuniu importadoras e exportadoras do Brasil, além de lojas especializadas, empórios, wine bars, restaurantes, hotéis, mercados e supermercados, distribuidoras e atacadistas.
O interesse dos compradores foi o principal ponto destacado pelas vinícolas nacionais que participaram das reuniões. “Participei da edição de 2019 da WSA e notei um crescimento na quantidade de compradores qualificados. Foi muito positivo, as conversas devem evoluir fora da feira”, avalia Natália Taffarel, diretora comercial da vinícola Cave Antiga, de Farroupilha.
Programação contemplou dezenas de masterclass, palestras e painéis
Mais do que conferir as novidades do setor vitivinícola, o visitante da WSA teve acesso a uma série de eventos paralelos durante a feira. Dezenas de masterclass, palestras e painéis foram realizados nos três dias de evento. “Além de promover negócios, a WSA tem como propósito fomentar conhecimento e networking na cadeia vitivinícola. Durante os dois últimos anos, inclusive, realizamos vários projetos digitais que potencializam a comercialização de vinhos durante todo o ano”, ressalta Jussara Konrad, gestora da WSA.
A Itália também foi um dos destaques da programação da feira, apresentando cerca de 200 rótulos aos visitantes. A participação italiana na 3ª edição do evento foi promovida pela ITA – Italian Trade Agency e fez parte de um amplo programa de iniciativas voltadas para o trade e o consumidor. “Ao longo de três dias de feira, pudemos apresentar a um qualificado público de profissionais do mundo do vinho uma seleção de quase 200 rótulos produzidos por cerca de 80 vinícolas de 14 das 20 regiões italianas. Foi uma verdadeira celebração à rica diversidade vitivinícola italiana, um brinde de sabores que somente um país único como a Itália pode oferecer. E a Wine South America foi o palco perfeito para divulgar entre os brasileiros toda essa diversidade”, afirma o analista de mercado da ITA, Ronaldo Padovani.
Reforçando a estreita relação Brasil-Itália, a agência do governo italiano promoveu a vinda do Master of Wine italiano, Gabriele Gorelli, que esteve no Brasil pela primeira vez e especialmente para a WSA. “Tive minha primeira experiência com o vinho brasileiro há dez anos e foi algo muito simples. Agora o Brasil tem mais know-how e habilidade em produzir vinhos de categoria mundial, especialmente brancos e espumantes. E os tintos, especialmente os do Sul, tem uma mensagem bem clara: não são necessariamente Novo Mundo, tem uma personalidade clássica. Por isso, acho que os vinhos italianos são perfeitos e combinam tanto com o Brasil”, afirma.
Confira a seguir outros destaques da programação da WSA deste ano:
– Espaço Masterclass: Com a curadoria da ABS-RS, o Espaço Masterclass foi projetado para ser um local de convivência e de aprendizado. Durante a WSA, o ambiente reuniu profissionais do vinho que tinham como objetivo aprofundar seus conhecimentos e realizar degustações.
– Raio-X do Mercado de Vinhos: Uma mesa redonda realizada durante a WSA com representantes do setor discutiu os números da cadeia e revelou otimismo para a cadeia do vinho. No período acumulado de 12 meses, foi contabilizada uma leve queda de 3% na soma da comercialização pelas vinícolas brasileiras com as importações. A pequena baixa é atribuída ao forte crescimento registrado na pandemia, que chegava a dois dígitos.
– Hacka Vitis – Voltado à inovação para o setor vitivinícola, o Hacka Vitis é uma parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Por meio dele, alunos da instituição desenvolveram soluções para os principais desafios da cadeia. Esse é o primeiro Hacka Vitis realizado com foco exclusivo no setor de vinhos.
– Fraudes e Descaminhos de Vinhos: O painel debateu as operações que combatem a entrada irregular de vinhos, especialmente na fronteira do Brasil. O encontro teve a participação do Delegado da Receita Federal, Mark Tollemache e de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
– Melhor Sommelier do RS: Luiz Gustavo da Silva Buske conquistou o título de Melhor Sommelier do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito durante a WSA, após prova prática realizada ao lado dos também sommeliers Emmanuel Vinicius Franco de Abreu e Nasser Augustus Najar. O concurso, que está em sua segunda edição, foi promovido pela seccional gaúcha da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS).
– Enoturismo: A promoção do enoturismo esteve presente na WSA, possibilitando ao comprador conhecer as vinícolas, o local de produção de vinhos e espumantes, e vivenciar assim a emoção atrás dos rótulos.
– Além do vinho: Além de produtores de vinho, espumante e suco de uva, integraram o rol de expositores os setores de azeite de oliva e cachaça artesanal.
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